quinta-feira, 28 de junho de 2012

Brinquedo assassino


Tenho mais lembranças engraçadas do que aterrorizantes da franquia Brinquedo Assassino. Para começar, a simples ideia de um boneco que mata as pessoas já é de um humor negro sensacional. Sempre me perguntei porque as vítimas não davam uma bicuda no Chucky e pronto. Fora que ele é feio pra caramba, um presente de péssimo gosto para os filhos. É mais ou menos parecido com aquela lenda urbana - que as amigas da sua mãe juram ser real - da adaga dentro do Fofão (outro bicho feio pra diabo). Será que quem inventou isso não percebeu o grau de ridículo? Pra vocês verem que o antigo comercial da TNT tinha razão: “Acontece nos filmes, acontece na vida”.
Outro detalhe que lembro bem, e que é motivo de riso até hoje, era o pavor que o Marcos, meu primo, tinha do personagem. Era o pé que eu e o Cesar, outro primo, queríamos pra sacanear (e eu descontar a encarnação que sofria por ter medo de IT). Havia, inclusive, uma cena clássica que toda vez imitávamos: Chucky de cabeça baixa, levantando gradualmente e mandando um cotoco para o pobre do Andy, a quem vivia perseguindo. Impossível não rir. E um detalhe: isso acontecia na Parte II da franquia, quando ela ainda se levava a sério dentro do gênero de horror.
Sim, embora a premissa seja difícil de engolir, como já expliquei lá em cima, a proposta inicial da série era incutir medo. A começar pelo nome verdadeiro de Chucky, Charles Lee Ray, uma “homenagem” aos famosos assassinos Charles Manson, Lee Harvey Oswald e James Earl Ray. A trama também incluía ritos de magia negra que causavam arrepios. O humor de determinadas situações, portanto, era totalmente involuntário – e por isso mesmo funcionava, havia um equilíbrio bacana entre tensão e alívio.
Até o terceiro longa essa regra perdurou, o problema é que o filme foi uma bomba, muito ruim. Isso abriu caminho alguns anos depois para um renascimento do brinquedo assassino, que abraçou pra valer o terrir, em “A Noiva de Chucky”. E deu certo, é claro. Juntou uma ideia absurda com um roteiro que explorava de forma satisfatória todas as possibilidades, criando, de fato, uma comédia (sangrenta). Objetivo alcançado.
Já o filme seguinte, “O Filho de Chucky”... Eu não vou dizer que é ruim. Isso seria uma afronta aos filmes ruins. O pior é que a ideia, no geral, não era má, sendo baseada em Glen ou Glenda?, clássico de Ed Wood. Mas a execução foi terrível, no mau sentido. Nem comédia, nem terror. Enterrou a franquia. Chucky ficou sem dar as caras desde então. Logo ele, que foi baleado, esfaqueado, queimado, despedaçado, triturado... Morto pela caneta e direção descalibrada de Don Mancini, criador do personagem. Ele assinou todos os filmes e dirigiu apenas o último. Melhor ter ficado só como roteirista.
Mas, ao que parece, Don Mancini vai fazer uma nova tentativa. Um novo capítulo vem aí e a promessa é de resgate às suas raízes de terror. Em “A Maldição de Chucky”, o boneco começa a infernizar uma família reunida para um funeral. Dias depois, a jovem filha da falecida, paraplégica, precisa lidar com sua irmã, cunhado e sobrinha, enquanto corpos começam a aparecer... O filme será rodado a partir de setembro e deve sair direto em DVD, infelizmente. Não vi nenhum exemplar no cinema e acho que seria bem divertido.

Trailers dos cinco filmes:





quarta-feira, 27 de junho de 2012

Posters Retrôs de filmes Pornôs



Alguns cartazes de filmes pornôs das décadas de 60/70, mostrando que mesmo de maneira até inocente, a galera já gostava de um bom filme de Sacanagem. 












Isso e mais no site mais sexy destas bandas: http://www.quenteumido.com.br/

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Vai um pão com manteiga ai?


O tailandês Kittiwat Unarrom, que é filho de um padeiro, está chamando atenção por fazer pães em formato de cadáveres humanos.


  

Fonte: Portal R7 (http://noticias.r7.com/esquisitices/fotos/tailandes-assusta-com-paes-que-lembram-cadaveres-humanos-20120612.html)  

sábado, 23 de junho de 2012

Clássicos para crianças


Josh Cooley, que trabalha como ilustrador na empresa de animação Pixar, lançou um livro recriando frases e cenas clássicas de filmes famosos em desenhos e gravuras, dando-lhes uma atmosfera de livros infantis. Confira algumas homenagens a Alien, O Bebê de Rosemary e 2001 – Uma Odisséia no Espaço abaixo:







Gostou? O livro Movies R Fun, está a venda no site de Josh: http://cooley.bigcartel.com/product/movies-r-fun  e custa 35 doletas. 

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Os Vingadores (The Avengers, 2012)



Joe Johnston é um veterano no Cinema. Dirigiu alguns filmes famosos como Querida, Encolhi as Crianças e Jumanji. Jon Favreau começou como ator e depois decidiu ir para trás das câmeras e fez relativo sucesso com Zathura e Um Duende em Nova York. Kenneth Branagh é um premiado ator inglês, que conduziu para a tela grande várias adaptações de Shakespeare e também películas cultuadas como Frankenstein e Para o Resto de Nossas Vidas.

O que os três têm em comum? São os diretores das três últimas adaptações de quadrinhos da Marvel que cronologicamente preparam o terreno no Cinema  para a grande reunião de  Os Vingadores: Capitão América, Homem de Ferro 1 e 2 e Thor, respectivamente. O que eles fazem é, basicamente, preparar a bola para Joss Whedon fazer o gol. No caso, apresentar a esperada reunião da equipe de heróis da Marvel.

 Whedon conhece o terreno onde pisa. Foi ele quem escreveu uma das mais famosas e divertidas fases dos X-Men (Astonishing X-Men). Ele também é o criador da cultuada série Firefly.  Mas, pode ser considerado um novato no cinema. Afinal só dirigiu um longa-metragem, o divertido e subestimado Serenity (por sua vez uma história derivada de Firefly, que encerrou a série precocemente cancelada).

E a expectativa negativa que rondava o novo diretor, felizmente, não se concretizou. Joss roteirizou uma aventura divertida e intensa, que deve divertir fãs e iniciados em quadrinhos. Todas as referências conhecidas das HQs estão ali. O filme tem falhas? Sim, várias. O roteiro tem buracos. As mudanças da personalidade do Hulk são inexplicáveis. Não sabemos o quê exatamente os invasores querem. A motivação de Loki é ingênua, com aquele datado objetivo de “dominar o mundo”. E as tentativas de parecer emocionante descambam para a pieguice em alguns momentos e algumas conversas soam arrastadas demais.

Os fanáticos pela arte seqüencial vão se deleitar. Desde as referências óbvias aos quadrinhos, nas frases e imagens soltas pela trama, até a maneira dinâmica que Whedon a conduz. Sem contar a aguardada cena extra pós-credito, que traz um velho conhecido do grupo pronto para entrar na batalha e encher os cofres da produtora de cinema com a sequência da aventura.


O filme funciona exatamente por respeitar e homenagear toda aquela inocência pueril que marcou a Era de Prata dos Quadrinhos (basicamente marcada entre as décadas de 1960 e 1980). Época imortalizada pelo crescimento das Majors DC e Marvel - que rivalizaram para saber que pode mais: Os Vingadores ou a Liga da Justiça. Período que odiosos vilões espaciais queriam dominar o mundo e a imaginação da molecada da época.

São eles que têm que livrar a cara do mundo diante da presença de Loki e seu exército de marcianos com caras de lagarto. E só. Esse fiapo de roteiro que conduz a trama por um condutor eletrizante e que só deixa o espectador parar para respirar nos diálogos insossos, mas que são combatidos com as tiradas divertidas e absurdamente pop de Robert Downey Jr como Tony Stark, que aliás rouba as principais cenas para si.

E cada frame da película é respeitoso com o material original. Thor tem a postura e a presunção de uma divindade.  Capitão América é o líder nato, apesar de deslocado no tempo.  Gavião Arqueiro é veloz e certeiro. Homem de Ferro continua o boquirroto e inteligente cientista. E a Viúva Negra é sexy e perigosa. E o Hulk? Bem o Hulk realmente esmaga, como sempre fez. 


Os Vingadores é mais que um filme baseado em Hqs. É uma HQ em forma de filme. (Originalmente publicada no jornal Diário do Pará. Edição de 10/05/2012)

terça-feira, 19 de junho de 2012

O Espião que Sabia Demais - 2012 (Tinker, Tailor, Soldier, Spy)




Um filme de espião sem cenas de ação, mortes violentas e engenhocas tecnológicas? Bem, meu caro, diferente dos filmes de James Bond, as histórias do agente George Smiley são carregadas de intrigas e stress. A realidade de um agente secreto é dura e cansativa e isso reflete na cara, nas roupas e na fotografia do novo filme do sueco Thomas Alfredson (diretor do também excelente Deixa Ela Entrar), baseado no livro de John  Le Carré.

Com um elenco brilhante nas mãos, Alfredson recria com precisão a aura burocrática e desleal que predominava na Guerra Fria, quando capitalismo e comunismo brigavam pela soberania armamentista e política, com os dois lados usando de todos os artifícios para combater o inimigo. Afinal, o lado errado é sempre o outro. Nesse caso, as armas são o núcleo de inteligência americano diante da ameaça russa. E quando um agente é ferido durante uma operação, as intenções de um traidor vêm a tona e todos naquele cinzento escritório são suspeitos. Cabe a Smiley descobrir a verdade, em um complexo jogo de papéis, máquinas ultrapassadas e burocratas a serviço dos próprios interesses.

Com uma narrativa elíptica, a trama se desenvolve devagar, dando margem à complexa estrutura de imagens que o diretor toma para sua responsabilidade (com destaque para o sobe e desce dos elevadores para a papelada da agência). Se há tensão, ela está nas relações perigosas entre os pares e não na artificialidade de efeitos sonoros e especiais. A vida refletida em um simbólico jogo de xadrez. A intenção é que a situação se torne cansativa não apenas para os protagonistas (refletida nos olhos e rugas e nos ombros pesados do personagem principal), mas para quem assiste. Daí a sensação de angústia que se sai do cinema durante os créditos finais.

O que torna O Espião que Sabia Demais o melhor filme do ano até agora é o preciosismo dos detalhes. E as dúvidas que sempre ficam no final.

Uma crítica bem detalhada do filme é feita pelo Crítico Pablo Villaça, do Cinema em Cena, que pode ser conferida no link abaixo:

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Porky's - 30 anos


Todo mundo gosta de uma saliência. Cuidado com quem diz que não vive pensando naquilo. Puritanos, esses são os piores, pouco confiáveis. Ainda mais hoje em dia, em que o acesso a material “pornô-erótico-educativo” é facilitado pela internet. Uma olhadinha no histórico do Google Chrome pode derrubar muitas máscaras. Agora, se em 2012 existem tabus e jogo de aparências, imaginem como era na década de 1950... Os taradinhos se viravam até para conseguir uma revista de mulher seminua. Tempos difíceis para quem vivia com os hormônios à flor da pele e loucamente ansiava por qualquer tipo de experiência sexual.
Nesse contexto, os garotos de Angel Beach, uma fictícia escola de ensino médio nos Estados Unidos, usaram de toda a sua criatividade e entusiasmo pelo sexo oposto para chocar pais, professores, fanáticos religiosos, autoridades policiais e muitos outros, simplesmente pelo fato de seguirem seus instintos e se entregarem à diversão e sem-vergonhice. Essa história foi contada há trinta anos e tornou-se um clássico do cinema, a pedra fundamental dos chamados filmes de adolescente: Porky’s – A casa do amor e do riso.
Há tempos não o vejo (ou suas duas sequências) na grade de programação das emissoras, mas o filme marcou época nas madrugadas, sempre mutilado, claro, com cortes nas cenas mais quentes ou piadas mais pesadas. Ainda bem que nunca tivemos frescura em casa e víamos tranquilamente todo tipo de filme. Assim, eu e meu irmão tínhamos uma fita VHS com Porky’s, Férias do Barulho (reunia Johnny Depp e muita sacanagem, ou seja, merece um texto só pra ele em outra ocasião) e Superman IV, todos gravados do original da locadora (era proibido fazer isso, não espalhem). Era só dar o play e morrer de rir.
Porky’s tem momentos antológicos, tirados das situações mais simples possíveis: uma espiada no vestiário feminino, uma ida mal-sucedida a um prostíbulo, a promessa de uma noite inesquecível com uma stripper de nome Virgem Eterna e até uma gargalhada contagiante do diretor da escola após a sugestão de uma acareação entre a inspetora e as partes íntimas de alunos suspeitos de botarem o troço pra fora. E sem contar com a pergunta que não queria calar: “Por que chamam ela de Lassie?”. Vocês não podem deixar de conhecer a resposta. Ah, e o “ela” se refere a Kim Cattrall, a Samantha de Sex and the city, em início de carreira.
Um dia desses, bateu a curiosidade e fui procurar na internet o paradeiro daquela turma. Uns já morreram (Balbricker, o diretor Carter, Tommy Turner...), outros não seguiram na carreira artística (Wendy, que virou instrutora de rafting) ou não tiveram nenhum outro papel de destaque. Até porque, embora representassem jovens colegiais, nenhum ator ali estava abaixo da casa dos trinta anos, então não podiam ser considerados promessas. Enfim, não importa. O nome deles sempre estará ligado a Porky’s, cujas continuações mantiveram o mesmo tom anárquico e divertido do original, entrando no rol das grandes trilogias do cinema (mesmo que não seja reconhecido).
O criador da bagaça foi Bob Clark, que morreu em 2007. Ele fez Black Christmas, também uma pérola trash. E é dele um filme que está no meu pendrive, na fila para assistir, cujo título havia chamado minha atenção num site de downloads: Crianças não devem brincar com coisas mortas. Deve ser legal, pelo menos tem cara. Depois comento sobre ele. Mas o seu grande legado foi mesmo Porky’s. Afinal, um filme que começa com o protagonista medindo o pênis com uma régua e anotando a sua “evolução” – ou, no caso, a sua “involução” por falta de uso – merece todo o meu respeito.