Essa combinação explosiva aí do título foi arquitetada pelo diretor Jake West. Sem puxa-saquismo, o cara pediu pra ser bom e extrapolou. Há muito tempo não ria tanto em filmes do gênero. Politicamente incorreto, tosco, sanguinolento, criativo e com humor negro afiado. Esses são os atributos da filmografia do cidadão. Podem caçar pelas locadoras ou pela internet, sem medo: “Evil Aliens – Um novo contato” e “Doghouse”. Diversão garantida.
O primeiro é de 2005 e mostra a que veio logo na cena inicial. Um casal está fazendo saliência num cemitério. Para quem é familiarizado com filmes de terror, uma péssima idéia. Enquanto a garota está preocupada com os irmãos – uns caipiras fortões – que podem surpreendê-los, quem dá o ar da graça são uns ETs invocados, com fantasias à la Predador, que não guardam nenhuma piedade com os jovens assanhados. Pelo contrário. Os alienígenas se mostram implacáveis e o nível de brutalidade pode assustar os mais sensíveis.
Depois desse prólogo impactante, somos apresentados à trama, inacreditavelmente absurda e, por isso mesmo, hilária. Uma repórter de um programa de televisão sobre extraterrestres está prestes a ser demitida, devido os baixos índices de audiência da atração. A única saída: entrevistar um ET. E lá vai a moça com a sua equipe de filmagem para o interior da Escócia, onde uma mulher – aquela da saliência – diz estar grávida de um alien.
Para garantir a veracidade da reportagem, um especialista no assunto foi junto. E ele é o melhor do filme. Um nerd de carteirinha, ele se enerva com as palhaçadas da trupe televisiva, que ignoram tudo o que é relacionado com ufologia. Não é à toa que ele se emociona quando comprova que existe vida fora da Terra e, inclusive, realiza uma fantasia sexual intergaláctica num ponto crucial da história. No meio disso tudo, a guerra. As cenas de morte, embora com os dois pés no gore, tendem ao pastelão. Fora as referências a clássicos como “Uma noite alucinante” e "O massacre da serra elétrica". Simplesmente sensacional.
Mas o que era bom, ficou melhor quatro anos depois, quando West lançou “Doghouse”. Antes de falar do filme, um aviso às mulheres: ele é misógino até a alma. E como hipocrisia não é meu forte, gargalhei muito, o que me valeu não só olhares de reprovação, como vários beliscões da Ingrid. Mas a dor não chegou nem aos pés do tanto que eu me diverti. O ideal, portanto, é reunir só a rapaziada pra assistir ao filme. De preferência com uma cervejinha gelada para acompanhar, depois do futebol de sábado à tarde.
A história é a seguinte: após o divórcio, homem fica devastado e os seus amigos o levam para passar o fim de semana numa cidadezinha do interior da Inglaterra. Lá, a proporção de mulheres para cada homem é de 4 pra 1. Assim, eles prevêem muita curtição. Só não contavam com um vírus lançado ali, que transformou todas elas em zumbis, dando uma conotação mais realista para a chamada guerra dos sexos.
Sob a ótica masculina, estão lá os estereótipos: a mulher com bobs na cabeça, a noiva, a ex-namorada... Todas furiosas, em estado de eterna TPM, emasculando qualquer tentativa de descontração ou felicidade dos homens. O timing da comédia não cai um segundo sequer e a carnificina também rola solta. E West não está nem aí para a polêmica, a ponto de inventar um controle remoto para as zumbis. É mole? Ao final, uma certeza: caras bonzinhos, daqueles que se abaixam muito para suas companheiras, não têm vez. A idéia é simples: tem que mostrar quem manda na “casa”. Mais do que uma questão sexista, é a própria sobrevivência que está em jogo.
Ainda vou procurar pelos outros quatro filmes de Jake West. Um deles, chamado “Razor Blade Smile”, anterior a “Evil Aliens”, ganhou vários prêmios destinados a produções “B”. Acho que não tenho como me decepcionar. Vou me preparar para mais risadas.
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