
O autor do livro é Renato Azevedo, que tem bastante experiência na área. Ele é membro do conselho editorial da revista UFO e já colaborou para a Sci Fi News, além de ter escrito outros livros de ficção científica. E o melhor de "De Roswell a Varginha" é justamente quando o autor destila seus conhecimentos sobre os casos em questão. Os relatos impressionam pela riqueza de detalhes, o que nos faz ficar em dúvida sobre o que é fato e o que é ficção.
A história é simples e direta, mas deixa algumas pontas soltas ao final, além de alguns personagens muito mal resolvidos. Esse problema pode ser sanado em futuras sequências, que Renato já disse ter interesse em escrever. Mas, como eu disse, o que importa aqui é a trama central. O jornalista Roberto Monteiro e a policial federal Lígia Barros conduzem a narrativa. Eles são amigos de infância e, agora, amantes. A família de ambos têm tradição militar, que compartilham um passado misterioso envolvendo um caso ufológico. Outro personagem fundamental é Reynolds, militar americano, que faz a ponte entre Roswell e Varginha.
E aqui temos mais um aspecto sensacional do livro: a ligação entre os casos e a política de acobertamento da existência de seres extraterrestres pelo governo norte-americano. A conexão é bem feita e o clima de suspense é montado de forma envolvente, típico dos seriados do gênero, como o clássico "Arquivo X", que, inclusive, ganha uma homenagem através dos "faroleiros", trio de editores de um informativo virtual, inspirados nos "pistoleiros", que tinham papel essencial na obra de Chris Carter.
Enfim, "De Roswell a Varginha" não é nenhuma obra-prima, mas consegue prender a atenção dos leitores, especialmente os que têm afinidade com o tema. São 103 páginas, que passam muito rápido. Espero que a ideia de uma série de livros frutifique, pois a literatura de ficção científica no Brasil ainda é escassa, pouco conhecida, e trabalhos como esse só trazem benefícios.
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