O instituto Datafábio, após uma pesquisa feita comigo mesmo, chegou à seguinte conclusão: os melhores filmes da saga Star Wars tem Jedi no título. Vamos aos fatos: meu preferido é o Retorno de Jedi. E, agora, o segundo da minha lista se chama Os Últimos Jedi (2017). A obra que está no cinema é bonita, empolgante e emocionante. Ou seja, tudo que os fãs da saga e do cinema esperam.
O grande trunfo de Rian Johnson é o roteiro, escrito pelo próprio. O diretor não perde muito tempo em resolver alguns nós deixados em O Despertar da Força. O que gera, inclusive, algumas cenas que derrubam reações esperadas ansiosamente pelos fanáticos. Ele também não está muito interessado nas conspirações interplanetárias. Pelo contrário, investe apenas em um embate específico, que simboliza em escala menor o alcance da disputa entre Primeira Ordem e Resistência. Mais importante aqui são as relações humanas e as críticas sociais.
É o espaço perfeito para os atores se destaquem, principalmente os nossos velhos conhecidos Luke e Leia Skywalker. Mark Hamill dá um show diante dos conflitos pessoais do herói, mas sem perder o timing cômico. A sua presença em cena é sempre de arrepiar. Já Carrie Fisher é a valentia e doçura em pessoa e a obra se torna um grande epitáfio para ela. Uma sequência que parece um balé no espaço já entra para a história como uma das grandes cenas da história do cinema. O trio de protagonistas Daisy Ridley, John Boyega e Oscar Issacs não decepcionam. Ridley tem carisma e talento para receber o bastão Jedi das sequências.
O que não quer dizer que não existem cenas de ação ou batalha de naves. Há bastante. Em profusão. Mas, novamente, Johnson imprime a própria assinatura, com um novo design de produção e ousadias na direção (om direito a gags visuais inspiradíssimas), mostrando que o universo criado por George Lucas é tão rico que é possível homenagear diretores do porte de Stanley Kubrick, Sergio Leone e Akira Kurosawa. As cenas de batalha no deserto de sal são de uma beleza metafórica pouco vista em blockbusters atuais.
Se não bastasse, os efeitos práticos estão em toda parte, inclusive na aparição de um guerreiro querido, que deve deixar os mais nostálgicos emocionados. O único senão, novamente, são as motivações dos vilões. O Lorde Supremo Snoke foi apresentado como uma grande ameaça no filme anterior, mas perde sentido aqui. Assim como o general Lux e a Capitã Phasma, sem muita presença em cena. Sobra apenas para Kylo Ren ser o anti-herói perfeito, crescendo em cena e se tornando uma criatura angustiada e angustiante.
Mesmo afeito a muita nostalgia, Johnson também quer romper com o passado e pensar no futuro. E ver um símbolo religioso queimar, enquanto determinado personagem exalta as ações que virão, além das máscaras que são abandonadas, é o perdão que o cineasta dá a si mesmo pelas liberdades criativas que tomou, tanto no visual quanto na história. E se depender dos fãs, críticos e da própria Disney (que já garantiu uma trilogia de presente para ele), ele está no caminho certo da Força.
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