Há tempos que procuro fugir de fazer listas estilo Top 10 (no caso aqui, 12), mas acho que essa safra 2016/2017 veio tão boa que decidi encerrar a coluna deste ano com uma lista de grandes filmes que tive o prazer de assistir nos cinemas, e alguns em casa. Confira, abaixo, os meus preferidos desse período e a justificativa para cada um deles. Lembrando que alguns nem são deste ano, mas estrearam em Belém nos últimos 12 meses.
Na Praia à Noite Sozinha (Hong Sang-soo) – Roteiro simples e uma direção prosaica, mas que ilustram os conflitos internos de sua personagem principal, que exorciza seus sentimentos entre bebidas e cigarros.
Afterimage (Andrzej Wajda) – O testamento cinematográfico final de Wajda é uma síntese da sua obra, onde arte e política se entrelaçam, rasgando ideologias e sonhos.
Bingo, o Rei das Manhãs (Daniel Rezende) – Depravado, debochado e com Vladimir Brichta em alta voltagem. O grande representante nacional deste ano.
It - A Coisa (Andy Muschietti) – Uma adaptação que tinha tudo para dar errada, mas funciona assustadoramente bem, graças à direção certeira e um elenco infantil inspirado. Bill Skarsgård arrepia até os ossos.
Corra! (Jordan Peele) – Outra
obra-prima do terror. Roteiro fantástico e atual, misturando horror,
ficção científica e racismo. Aterrorizante, principalmente por tocar em feridas
reais.
Eu não Sou Seu Negro (Raoul
Peck) – Conflitos raciais nos Estados Unidos, sob a ótica crua dos seus
criadores, viram uma espiral histórica sobre a violência contra os negros
naquele País. Um tapa na cara de todos nós. John Wick – Um Novo Dia para Matar (Chad Stahelski) – A continuação de um sucesso improvável se transforma no grande filme de ação da década. É o Duro de Matar da nova geração. E Keanu Reeves é o cara de mais sorte em Hollywood.
A Criada (Park Chan-wook) – O criador de Lady Vingança e Old Boy troca a violência psicológica extrema pela tensão sexual e o resultado é igualmente impactante.
Logan (James Mangold) – Depois de dois filmes fracos, Wolverine tem sua redenção no cinema com a melhor adaptação de quadrinhos do ano. Pessimismo e esperança caminham lado a lado.
Star Wars – Os Últimos Jedi (Rian
Johnson) – Esteticamente, é o exemplar mais bem acabado da saga. Se não bastasse,
o roteiro guarda, ainda, alguns dos momentos mais emocionantes da história do
cinema de Ficção Científica.
Moonlight (Barry
Jenkins) – O grande protagonista do Oscar mereceu cada aplauso. A
descoberta da sexualidade, que corre como as ondas do mar.
Eu, Daniel Blake (Ken Loach) – Quando
a pobreza se torna um empecilho para o Estado, os pobres são tratados com
indiferença cruel. Cada frame da obra de Loach é um soco no estômago.