Em determinado momento de A Chegada, comandantes militares do
mundo inteiro entram em uma espécie de conflito linguístico, onde não há um
entendimento claro sobre o significado das palavras traduzidas da linguagem dos
extraterrestres, que chegaram à Terra e ninguém sabe o que eles querem. É desse
embate babelesco que Denis Villeneuve extrai todas as metáforas acerca da
incompreensão humana diante dos processos de comunicação, relacionamentos, vida
e morte.
E o que parece uma ficção científica catastrófica de início, se revela um drama dos bons, se espelhando em outros grandes exemplares do gênero como os ótimos Contato e 2001 – Uma Odisseia no Espaço. Isso porque o diretor (dos ótimos Incêndios, Os Suspeitos e O Homem Duplicado e do razoável Sicário) não está interessado em maniqueísmos de guerra, mas no caráter cíclico do tempo, como manivela do destino e que se repete ad infinitum.
Aqui uma professora de linguística, Louise (Amy Adams, injustiçada pelo Oscar) e o físico Ian (Jeremy Renner) se unem para tentar estabelecer contato com os aliens, após 12 naves gigantescas virem ao planeta e se espalharem pelo mundo. Villeneuve usa de sua experiência em filmes contemplativos, com poucos diálogos, para transmitir a carga dramática adequada para a sua obra, sem abrir mão de plots de tensão narrativa. O roteiro é um primor ao estabelecer pequenos, mas importantes, símbolos para tratar da passagem do tempo como uma espiral de acontecimentos, da língua extraterrestres – com “letras” em curvas - aos palíndromos.
O filme se beneficia ainda de inspirados design de produção e de som, que leva ao limite a exploração desses conceitos: a entrada da nave parece uma imensa laringe com cordas vocais e a forma da nave em concha representa o isolamento social. O próprio contato dos cientistas com os intrusos é feita através de uma espécie de vidro, determinando que a comunicação visual pode se sobrepor à física. E os alienígenas são imensas estruturas com tentáculos que parecem punhos e dedos, como mãos que escrevem o futuro.
Ouso dizer que A Chegada tem a ambição temática de Interestelar, porém com muito mais escopo dramático, por conseguir algo que faltou no seu antecessor, que é ser emotivo sem apelar para dramalhões. O que já é um feito e tanto.
E o que parece uma ficção científica catastrófica de início, se revela um drama dos bons, se espelhando em outros grandes exemplares do gênero como os ótimos Contato e 2001 – Uma Odisseia no Espaço. Isso porque o diretor (dos ótimos Incêndios, Os Suspeitos e O Homem Duplicado e do razoável Sicário) não está interessado em maniqueísmos de guerra, mas no caráter cíclico do tempo, como manivela do destino e que se repete ad infinitum.
Aqui uma professora de linguística, Louise (Amy Adams, injustiçada pelo Oscar) e o físico Ian (Jeremy Renner) se unem para tentar estabelecer contato com os aliens, após 12 naves gigantescas virem ao planeta e se espalharem pelo mundo. Villeneuve usa de sua experiência em filmes contemplativos, com poucos diálogos, para transmitir a carga dramática adequada para a sua obra, sem abrir mão de plots de tensão narrativa. O roteiro é um primor ao estabelecer pequenos, mas importantes, símbolos para tratar da passagem do tempo como uma espiral de acontecimentos, da língua extraterrestres – com “letras” em curvas - aos palíndromos.
O filme se beneficia ainda de inspirados design de produção e de som, que leva ao limite a exploração desses conceitos: a entrada da nave parece uma imensa laringe com cordas vocais e a forma da nave em concha representa o isolamento social. O próprio contato dos cientistas com os intrusos é feita através de uma espécie de vidro, determinando que a comunicação visual pode se sobrepor à física. E os alienígenas são imensas estruturas com tentáculos que parecem punhos e dedos, como mãos que escrevem o futuro.
Ouso dizer que A Chegada tem a ambição temática de Interestelar, porém com muito mais escopo dramático, por conseguir algo que faltou no seu antecessor, que é ser emotivo sem apelar para dramalhões. O que já é um feito e tanto.