Uma das grandes
vantagens desse início de operação do Social Comics é a quantidade absurda de
quadrinhos nacionais à disposição dos leitores. São HQs feitas por brasileiros
talentosos que não conseguiriam o mesmo espaço e alcance de publicação em bancas
de revistas e casas especializadas na nona arte, mas não devem em nada para
artistas de outros países e grandes editoras. Uma das primeiras obras que li no
aplicativo e me surpreendeu positivamente foi Necromorfus, criado e roteirizado
por Gabriel Arrais e desenhado por Magenta King. A Grafic Novel é uma
publicação da editora RQT Comics, e Necromorfus é seu primeiro projeto.
O impresso
conta a história de Douglas, um adolescente que pode assumir a forma de qualquer pessoa
falecida, bastando para isso apenas tocar em qualquer resto mortal do morto.
Mas, o que parece um dom, também é uma maldição. O jovem não apenas herda a
aparência do morto (homem ou mulher), mas suas lembranças, pensamentos e até as
dores sentidas na hora da morte. Por causa disso, Douglas parou de envelhecer.
Ele se tornou um ser imortal aprisionado aos corpos dos outros.
Nesse caso, ele lembra bastante a
personagem Mística, dos X-Men. Porém, diferente daquela mutante da Marvel, que
usa muito seus poderes para atingir diversos objetivos naquele universo, o
garoto usa sua “benção” mais para estudar as personas alheias. Ele é uma espécie
de Zelig Mutante. Só que com muito mais camadas de sentimentos, já que o
personagem do filme do cineasta Woody Allen parece mais um ser condicionado a
assumir a forma de outrem, sem se importar com as consequências do que faz. Assim,
mesmo assumindo ter uma maldição Douglas usa seu processo de simbiose para
buscar prazer carnal e sentimental, como um drogado e seu entorpecente.
Para apoiar essa construção simbólica de um personagem forte, Magenta King aposta em traços são propositalmente sujos e com formas meio vagas, potencializando a sensação de confusão sentimental do personagem. Mas, não pensem que é uma leitura maçante. Pelo contrário, Arrais também investe em boas cenas usando o espaço meio limitado dos quadrinhos. O fato de Douglas se transformar também em animais mortos, por exemplo, gera sequencias ótimas como a que ele é obrigado a se transmutar em uma barata e um urso para fugir de uma situação específica. Necromorfus é leitura recomendada para quem gosta de quadrinhos. Gabriel Arrais certamente foi influenciado pelo cinema (David Cronemberg e Alessandro Jodorowski) e pela literatura (Franz Kafka e William S. Burroughs) para criar Necromorfus e só isso já é o suficiente para atrair sua atenção. Compre na página da editora na internet ou leia pelo Social Comics.
Mostra de Cinema da Amazônia
Belém, Bragança, Manaus e Rio Branco
são as cidades que receberão a VI Mostra de Cinema da Amazônia. Além das
exibições, a mostra terá oficinas, palestras, debates e encontros em espaços
diversos, desde salas de cinema e teatros, até escolas públicas, universidades,
institutos culturais e centros comunitários. Ficou curioso? A programação
completa está no site bacana do evento: http://www. mostradecinemadaamazonia.com/

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