O diretor Martin McDonagh surgiu para o mundo do cinema com o
ótimo Na Mira do Chefe (In Bruges, 2008). Naquele filme, ele contava uma fábula
social sobre a violência e atuação dos assassinos de aluguel, sob a perspectiva
do elenco formado pelos excelentes Brendan Gleeson, Colin Farrell e
Ralph Fiennes. No seu novo trabalho, Martin transporta o mesmo conto moral para
uma ensolarada e desértica Los Angeles.
Dessa vez, a violência chega à meca do
cinema americano. Mcdonagh amplia o estilismo bruto ao criar vários personagens
em uma história que demora a engrenar e quando a quinta marcha é engatada, o
ritmo fica comprometido.
O filme conta a história de um escritor e roteirista (Colin Farrel), que
sofre de bloqueio criativo e não consegue terminar um novo roteiro sobre sete
psicopatas, com histórias cruzadas (Os Seven Psycopaths do títulos). Mas, ele
acaba sendo “ajudado” por um amigo sequestrador de cães (Sam Rockwell, se
divertindo muito no papel), e acaba dando de cara com os psicopatas na “vida
real”.
Indo e vindo no tempo e alternando cenas com os personagens, o diretor
tenta amarrar a trama dando toques tarantinescos nos diálogos, mas
acrescentando um bem vindo acorde surreal a lá David Linch. Mas, é uma pena que
a sinfonia perca peso nas notas finais. No fim, a impressão que fica é que a
história, boa, se perdeu nos trilhos no excesso criativo da forma e estilo
empregados. Mesmo assim, Martin Mcdonagh está acima da média dos muitos
diretores jogados todos os anos por Hollywood como “novos Guy Ritchies”. Vale
uma boa espiada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário