quinta-feira, 13 de outubro de 2011

IT - A obra-prima do medo

Uma noite fria de julho. Todos sentados na frente da casa, só olhando o movimento, ou na praia ainda, aproveitando aqueles últimos dias das férias em Mosqueiro. Todos, menos eu e meu primo, Cesar. Ele inventou de ver um filme e eu, embora fosse tarde para uma criança estar fora da cama, fiquei por ali, já que ninguém tinha reparado mesmo. Melhor pra mim, pensei. Grande erro. O tempo passava e, cada vez mais, me afundava no sofá de tanto pavor. O ano era 1993 e até hoje eu guardo um trauma daquele filme, IT – A obra-prima do medo.
Só pelo cenário que tracei acima já dava pra ver que nada de bom sairia dali. Afinal, ele é praticamente um clichê de filmes de terror. Mas, aos dez anos de idade, ainda não tinha pelo gênero o amor que conservo hoje. O Cesar só percebeu o meu estado quando deu uma parada no VHS pra ir beber água e viu que eu fui atrás. Ele começou a rir da minha cara, obviamente, e me mandou parar de assistir. Nem tentei me fazer de gente grande. Corri da sala.
A história do palhaço assassino me perseguiu durante alguns meses. Tive pesadelos, demorava pra dormir, entre outros detalhes mais embaraçosos que, claro, não vou contar... Minha mãe só faltou bater no meu primo por ter me deixado assistir ao filme. Enfim. Passado algum tempo, já maior e vibrando a cada novo filme de terror assistido, de todas as vertentes possíveis, li numa daquelas revistas de programação da TV por assinatura que ia passar o tal do IT. Resolvi encarar meu trauma.
Com um olhar mais crítico, tive a noção de que o filme – que agora já sabia se tratar de uma adaptação para a televisão, em formato de minissérie, da obra de Stephen King – era bem ruinzinho. Bobo, até. Mas sabe aquela sensação? Um frio que percorre a espinha? Pois é. Tudo voltou. Terminei de assistir e a imagem do maldito palhaço ficou na minha cabeça o tempo todo, com aquela voz docemente assustadora com que atraía as crianças para a morte... Não foi com a mesma intensidade da primeira vez, mas precisei de uma sessão extra de comédias para espantar o medo.
Lembrei de tudo isso porque fui procurar uma foto de palhaço no Google para ilustrar uma matéria e, logo de cara, me apareceu a figura do Pennywise, que era como o assassino se apresentava. Um palavrão saiu da minha boca na mesma hora. Não tenho medo de outros filmes com palhaços, encaro numa boa. Mas esse... Eu tenho IT em casa, comprei um dia. Sabem quantas vezes eu assisti? Nenhuma. Quando falo do meu medo, as pessoas ficam loucas pra assistir, pois conhecem meu gosto e estranham essa história. Fiquei até tentado a revê-lo. Quem sabe...

2 comentários:

Marilia disse...

E eu acho o livro beeeem assustador...nunca vi o filme.

Mas todas as noites, depois de ler o dia inteiro, eu escondia o livro para dormir em paz.
=D

Carlos Eduardo Vilaça disse...

Ainda não li o livro, embora tenha chegado perto de comprá-lo algumas vezes (mas nunca tive coragem, hehehe). Essa tática de esconder é legal. Lembro que o Joey, de Friends, botava "O Iluminado", também do King, no congelador. Eu nunca fiz isso com livros, mas com filmes já, guardados no fundo da estante, entre desenhos e comédias que era pra anular o poder maligno, hahaha :P