
Ah se eu pudesse encontrar uma fenda dimensional, que me fizesse voltar no tempo. Não como a que a família Marshall se deparou no terremoto enquanto desciam a cachoeira. Não, não precisava ir tão longe, lá no tempo dos dinossauros. Cinco minutos antes de me acomodar no sofá bastavam. Desligava a TV, ia dormir e pronto. Me poupava uma boa dose de estresse. Isso é que dá não confiar nos meus instintos. Um filme que tem Will Ferrell como protagonista não pode dar certo. O cara até funciona em pontas, pequenas participações, mas à frente de um projeto sempre naufragou.

A série era tosca, com limitação de cenários, figurinos, efeitos especiais que estavam mais para defeitos... Mas tinha conceitos interessantes, roteiros elaborados, criativos (pelo menos na primeira e segunda temporada) e, sobretudo, carisma. Era impossível não se envolver com a história, com a luta pela sobrevivência de uma família em uma terra pré-histórica. Além disso, o trabalho era sério. Foi criado até um alfabeto, com certa quantidade de palavras para os Pakuni, a raça de Cha-ka. Em resumo, a série tinha algo que o filme não mostrou em momento algum: dignidade.
No mais, era uma senhora diversão ver o T-Rex em stop-motion correr atrás dos personagens em todos os episódios até eles chegarem à caverna. E também tinha a abertura. Simplesmente sensacional. Até hoje não vi uma melhor em séries de ficção (veja abaixo). Lembro que corria para frente da TV toda vez que ouvia: “Marshall, Will and Holly, on the routine expedition...”. “O Elo Perdido” é, portanto, um exemplo de que grandes orçamentos não significam nada. Gastaram rios de dinheiro para fazer um filme bisonho, enquanto que uma série de poucos recursos até hoje, quarenta anos depois de seu lançamento, é lembrada com carinho pelos fãs.
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