Quando Kirk Douglas cai diante de todos, bêbado, desnudando
sua própria farsa criada em torno de uma tragédia em A montanha dos 7 Abutres
(Ace in the Hole, 1951), ele representa uma face cruel do poder humano na
criação de falsos mitos e promessas vãs que vendem soluções sociais fáceis.
Fico pensando como, em tempos de crises, os falsos profetas refestelam-se
diante do desespero social e levam a maioria rumo ao precipício da histeria
coletiva.
Um nível acima dessa construção de poder estão as redes sociais e sua tendência incomum e quase irremediável em criar uma espiral de anti-informação, pela capacidade abusiva de se acreditar em clichês argumentativos ou discursos simplistas. A fé dirige-se para o que está na rede ou parte de gente com credibilidade duvidosa (que age por má fé ou deficiências intelectuais, como uma espécie de cegueira dogmática). Quem se beneficia com essa falta de diálogo ou criação gratuita de ódio contra o outro – criando vilões de ocasião - é aquele que pende para uma lógica fascista na ascendência ao poder e tem na falta de empatia com o outro, o seu trunfo.
No filme A Onda (Die Welle, 2008), o professor usa um experimento social em sala de aula para provar que a sociedade pode ser facilmente manipulada ou levada a praticar discursos ideológicos que, em condições normais, não faria. Em uma comparação bruta, é mais ou menos isso que determinados grupos ou pessoas fazem ao espalhar boatos, demonizar a política como ambiente democrático de debate e disseminar discursos de ataques ou de intolerância religiosa na grande rede. Hoje é para a Igreja Zuckerberg que dizemos amém.
Não temos os “bombeiros” (como em Fahrenheit 451, de 1953 – filme espetacular de François Truffaut), mas temos formadores de opinião virtuais cuja cretinice discursiva faz sucesso na massa. E toma-lhe curtir e/ou compartilhar. Creio que um botão questionar não seria uma ideia ruim. Entretanto, seria atacado pela própria natureza simbólica que carrega: o pensamento crítico é o veneno do maniqueísmo sociológico. Precisamos questionar se é completamente confortável viver à sombra desse Panóptico eletrônico. Aumentar sua própria bagagem cultural e não acreditar nesses falsos messias binários já é um bom começo.
Um nível acima dessa construção de poder estão as redes sociais e sua tendência incomum e quase irremediável em criar uma espiral de anti-informação, pela capacidade abusiva de se acreditar em clichês argumentativos ou discursos simplistas. A fé dirige-se para o que está na rede ou parte de gente com credibilidade duvidosa (que age por má fé ou deficiências intelectuais, como uma espécie de cegueira dogmática). Quem se beneficia com essa falta de diálogo ou criação gratuita de ódio contra o outro – criando vilões de ocasião - é aquele que pende para uma lógica fascista na ascendência ao poder e tem na falta de empatia com o outro, o seu trunfo.
No filme A Onda (Die Welle, 2008), o professor usa um experimento social em sala de aula para provar que a sociedade pode ser facilmente manipulada ou levada a praticar discursos ideológicos que, em condições normais, não faria. Em uma comparação bruta, é mais ou menos isso que determinados grupos ou pessoas fazem ao espalhar boatos, demonizar a política como ambiente democrático de debate e disseminar discursos de ataques ou de intolerância religiosa na grande rede. Hoje é para a Igreja Zuckerberg que dizemos amém.
Não temos os “bombeiros” (como em Fahrenheit 451, de 1953 – filme espetacular de François Truffaut), mas temos formadores de opinião virtuais cuja cretinice discursiva faz sucesso na massa. E toma-lhe curtir e/ou compartilhar. Creio que um botão questionar não seria uma ideia ruim. Entretanto, seria atacado pela própria natureza simbólica que carrega: o pensamento crítico é o veneno do maniqueísmo sociológico. Precisamos questionar se é completamente confortável viver à sombra desse Panóptico eletrônico. Aumentar sua própria bagagem cultural e não acreditar nesses falsos messias binários já é um bom começo.