Cubo é um filme
canadense que mostra um grupo de pessoas, incluindo um policial, um autista, uma matemática, um
fugitivo, uma psicóloga e um arquiteto que acordam presos em um labirinto em
forma de cubo, onde cada sala tem seis saídas, sendo que apenas uma é
verdadeira. As outras cinco escondem armadilhas fatais.
Dirigido por Vicenzo Natali (de Splicer – a Nova Espécie), o filme é
tenso e tem uma narrativa bem construída, com enigmas que vão aparecendo ao
longo da história, tornando a experiência cada vez mais angustiante, também
tratando da relação conflituosa entre pessoas diferentes que dividem o mesmo
espaço. Saibam que muitos dos conceitos aqui mostrados foram copiados na tola
série Jogos Mortais. Atenção ainda para a cena inicial, descaradamente copiada
por Paul W. Anderson em Resident Evil (aquela em que o soldado é feito
picadinho por feixes de lasers quadrados).
O filme teve duas continuações Cubo 2: Hipercubo e Cubo: Origem, que são muito ruins e não valem nem os minutos gastos com essas bombas. Passe longe.
“Nós devíamos estar em um museu”. A sentença proferida em tom sarcástico por um enrugado Schwarzenegger resume bem o clima de Os Mercenários 2. Por trás dessas palavras está a constatação de que tudo ali é uma grande brincadeira entre amigos. Amigos que escreveram a história do cinema de ação norte-americano e se reuniram para brindar o passado, dar boas risadas e faturar uma graninha com a nostalgia daqueles que cresceram vendo-os empunhar suas armas diante de um exército inteiro, trucidá-los e escapar quase sem nenhum arranhão.
E é uma grana bem gasta. O anfitrião Stallone e seus convidados dão exatamente o que o público espera: frases de efeito, explosões e muito quebra-pau. A trama é aquele lugar-comum da missão em um país distante, onde existe um ditador ou um grupo militar que dá as cartas, oprimindo os pacatos moradores, e que será combatido pelos nossos heróis. Algo bem diferente dos Bournes da vida, com seus roteiros intrincados e reviravoltas que instigam o espectador. A aposta aqui é na simplicidade, no básico e, por que não, no maniqueísmo que marcou a geração oitentista. Um exemplo? O nome do vilão é... Vilain. Sensacional.
Mas o diferencial é mesmo a reunião dos maiores astros do gênero na linha de frente da batalha. E nesse aspecto o primeiro longa-metragem pode ser considerado um teaser, já que trouxe Schwarzenegger, Stallone e Willis apenas batendo um papo. Aqui não. Vê-los lado a lado se protegendo da saraivada de tiros atrás de uma coluna é de empolgar, fazer vibrar todos que vivenciaram o auge do trio. Ainda mais com a constante referência a seus icônicos personagens em diálogos afiados com um bom humor contagiante.
Os demais atores também têm seus momentos para brilhar, principalmente Dolph Lundgren e Jason Statham. Além, é claro, de Van Damme, que percebeu a burrada que fez ao não aceitar participar do primeiro filme e deu o sim ao projeto. Ele mostrou estar muito bem, distribuindo voadoras nos mocinhos. Por falar nisso, além de “Retroceder nunca, render-se jamais”, o ator fez outro vilão por aí ou só mais esse? Não lembro. Pelo menos a cara de mau ficou mais convincente. As marcas do tempo ajudaram. Mas nada me tira da cabeça que ser o vilão foi o seu castigo pela birra anterior. Stallone não ia deixar ele ganhar a briga assim fácil.
Mas deixei o melhor para o final. Ele, o homem, o mito... Chuck Norris. A sala de cinema irrompeu em aplausos na entrada do ator em cena. O ingresso estava pago. Nunca havia assistido a nada dele na tela grande, mas jamais me esqueci das horas de divertimento nas inúmeras sessões do Domingo Maior e Corujões. Lembro até que meu irmão tinha algumas fitas VHS de filmes como Braddock e da série Texas Ranger, onde Norris pavimentava a sua lenda com uma sequência de roundhouse kicks a cada frame. Vê-lo, portanto, salvar o dia e, ao mesmo tempo, brincar com o Chuck Norris Facts, é simplesmente fantástico. Um sonho realizado.
Em alguns momentos da sessão, parecia um menino vendo seus ídolos e dando socos no ar, em uma luta imaginária. E sei que não fui o único a me sentir desse jeito. Assim como eu, várias pessoas já pensam em uma terceira parte do filme, com mais ícones da ação (só não inventem de colocar gente do MMA – Randy Couture já basta, é uma negação). Ainda faltam entrar na bagaça nomes como Kurt Russel e Steven Seagal. Ah se Charles Bronson estivesse vivo...
The Wire é
simplesmente a melhor série de televisão já feita. Aqui, a HBO atingiu um nível
de maturidade jamais vista em um seriado na história da TV americana. E olha
que estamos falando de uma emissora que já fez Família Soprano e Boardwalk
Empire. Mas, aqui, o canal conseguiu
concentrar todas as qualidades que fazem um bom programa em um só: bons
roteiros, atores magnifícos (destaque para Michael K. Williams como Omar e
Andre Royo, o Bubbles), diretores experientes e uma produção que conseguiu
transmitir toda a atmosfera escura da cidade de Baltimore (considerada uma das
mais violentas dos EUA), para as telas.
A história parte
de uma investigação policial utilizando escutas para monitorar traficantes de
drogas que dominam bairros pobres da cidade. Porém, a série dá vazão para
diferentes personagens e pontos de vistas, para enfocar os bastidores sujos das
negociatas entre os poderes legislativo, executivo e judiciário. Todos os
núcleos de personagens são importantes para a história e o roteiro de cada temporada
sempre acaba amarrando as histórias de maneira fantástica.
A série durou
cinco temporadas, variando entre 12 e 10 episódios de uma hora, e as músicas de
abertura são sempre versões de Down In a Hole, do Tom Waits. A primeira,
terceira e quarta se focou no esquema de tráfico de drogas, enquanto a segunda
falou principalmente dos esquemas envolvendo estivadores. Já na quinta, o foco
foi nos bastidores de um jornal impresso.
Série
imperdível.
Curtam um pouco
da série e baixem. Acreditem, vocês não vão se arrepender
Aqui, uma boa
cena que mostra o jornalismo atual na quinta temporada da série:
Em 2001, Denzel
Washington estrelou este bom suspense sobrenatural, que com poucos efeitos e um
elenco excelente, consegue gerar tensão e medo. O diretor Gregory Hoblit
cria uma atmosfera crescente de medo com um roteiro até bem simples.
Washington é um policial responsável por prender e levar para a cadeira
elétrica um serial killer que promete vingança. Pouco depois, o criminoso volta
como um espirito de vingança, Azazel, capaz de se apossar das pessoas e se
transferir de corpos com apenas um toque.
Sem maquiagens e efeitos
especiais sofisticados (afinal, a ameaça está nas próprias pessoas), o filme é
inteligente por retirar suspense de cenas aparentemente banais e do fato dos
personagens não saberem onde está e quem é a ameaça. Destaque para a cena que o
policial é confrontado em círculo, pelas pessoas andando em volta, com o
espirito trocando um por um no toque e na perseguição da especialista em plena
rua movimentação, onde o mau vai passando sem precisar correr. O roteiro ainda
é inteligente ainda em dar uma característica peculiar ao “mal”: sempre que
aparece, canta ou assovia a música “Time is on My Side”, do Rolling Stones.
Como se não bastasse, o
filme ainda tem um final inesperado e surpreendente, onde todos os elementos
vistos ao longo do filme (como a narração em off, os animais e até um veneno),
se concentram e dão um sentido trágico à experiência. Destaque ainda para o
elenco, formado ainda por veteranos, como Embeth Davidtz, Donald Shuterland,
John Goodman e Elias Koteas.