
Após a sua sensacional estréia em Cães de Aluguel, Quentin Tarantino descobriu que a Girl Power era a maior marca de suas influências cinematográficas. Claramente influenciado pela estética Pulp, o diretor reforçou suas características metanoir dando às femme fatales um papel de destaque nas suas obras. O maior exemplo é Uma Thurman, em Pulp Fiction e Kill Bill, mas também Pam Grier em Jackie Brown, Melanie Laurent em Bastardos Inglórios. Mas, a cereja no bolo do cineasta está neste Á Prova de Morte. Tarantino usa e abusa da sua tara por pés, tira das atrizes o melhor da sua sensualidade, com direito a quase closes ginecológicos e dá a elas a fúria necessária na hora da vingança. Todo o poder feminino ao cinema!.

Apoiando em diálogos extensos, onde novamente mistura cultura pop com futilidades, Quentin passeia pelos rostos femininos, pelos corpos, como um voyeur próximo, um observador da alma feminina. Ele faz o espectador se apaixonar pelas personagens, para depois massacrá-las sem dó. Mais personagens entram em cena e quando parece que serão as próximas vítimas, o jogo muda. O psicopata, ganhando a cara de Kurt Russel, no papel da sua vida, se torna vítima.

Como sempre, também, Tarantino investe nas influências marcadas. Passou pelos filmes chineses, Blaxplotation, e agora vai de Grindhouse, películas de baixo orçamento feitos na década de 70. Aqui, misturado com um legítimo Road Movie australiano. E tome cenas antológicas, como a batida de frente entre os possantes, e aquela da perseguição vingativa que dura 15 minutos. Parece muito menos.

Nota: 10.