domingo, 5 de setembro de 2010

Os Mercenários

Desligue seu cérebro. Tiros, explosões e muita porrada virão a seguir. E alguém esperava algo mais de um filme que reúne Sylvester Stallone, Dolph Lundgren, Jason Statham, Jet Li, Mickey Rourke, Eric Roberts e outros heróis de ação canastrões? Ah, claro, um monte de tiradas engraçadinhas, além de uma desculpa esfarrapada para detonar com um ditadorzinho num país fictício na América Latina, o que acaba servindo como “roteiro”. O resultado dessa gororoba se chama “Os Mercenários”, que, por incrível que pareça, diverte pra caramba.
E diverte por um simples motivo: não se leva a sério em momento algum. Todos ali estão bem à vontade com seus personagens, que nada mais são do que autoparódias. Eles brincam com os clichês do gênero e fazem dessa produção uma grande brincadeira, como uma reunião de amigos tem que ser. Foi uma tacada de mestre de Stallone, que, depois de ressuscitar com êxito os icônicos Rocky e Rambo, precisava de oxigênio para manter sua carreira em alta.
O interessante é que quem esperava por uma homenagem ao cinema de ação oitentista ficou decepcionado. A estética em nada lembra os filmes daquela década. Ao contrário. Perseguições e lutas seguem o estilo Michael Bay, quase causando um ataque epilético em quem tenta entender o que se passa na tela. Felizmente, isso não se aplica quando apenas duas pessoas duelam. Ver Lundgren e Li cara a cara é de dar pulos na cadeira. Além do que a violência é estilizada. O sangue jorra e corpos são despedaçados numa coreografia mórbida, bem plástica mesmo, nada a ver com os anos 80.
Quer outro exemplo? Não há o famoso “exército de um homem só”, típico do período, que consagrou Schwarzenegger, Chuck Norris e o próprio Stallone. Não, aqui o trabalho de equipe é exaltado. Um por todos e todos por um, esse é o lema. E já que eu mencionei o “Governator”, a sua participação no filme, ao lado de Sly e Bruce Willis, já pode ser considerada um marco na história do cinema de ação. Simplesmente hilária. E olha que durou apenas cinco minutos. Talvez em uma continuação a dose se repita. Sly já disse que quer aumentar o espaço de Willis como vilão. Se as obrigações políticas de Schwarza permitirem... E quem sabe dessa vez Van Damme, Steven Seagal e Wesley Snipes não topam a parada. Já pensou?
É preciso destacar também o tempo de tela dado a Gisele Itié, atriz que nasceu no México, mas foi criada no Brasil. Interesse romântico de Stallone, é por causa dela que os mercenários encaram a missão, pois não querem deixar o chefe na mão. Foi uma grata surpresa, um suspiro de feminilidade num mar de testosterona. Para terminar, aquela história de boicote ao filme pelas declarações imbecis de Stallone sobre o Brasil é uma babaquice. Isso ajuda na promoção do filme. Se nem o cara se leva a sério, eu que vou levar? É ruim, hein.

P.S: Eric Roberts talvez seja menos conhecido como herói de ação do que como irmão de Julia Roberts, mas pelo menos na minha memória ele é um herói, pois me lembro dele no filme “Operação Kickboxer”, de 1989. Via essa podreira quando era criança e me divertia horrores. Se você gosta do gênero, vale a pena dar uma procurada nas locadoras ou pela internet. Fora outros clássicos dos “mercenários”, como: “Massacre no Bairro Japonês” (Lundgren), “Cobra” (Stallone), entre outros...


3 comentários:

paulo nazareno disse...

Isso, gostei também! Acho que a edição picotada que desagradou um tanto. "Operação Kickboxer" eu tenho aqui, é um drama (hahaha, é sério) eu acho que quase chorei quando vi moleque. Tô querendo ver o "The Butcher" (2009) com o Eric Roberts detonando todo mundo, há tempos que esse cara só é vilão (de clipe do Henrique Iglesias ao Batman).

Um abraço.

Carlos Eduardo Vilaça disse...

Não sabia desse "The Butcher", vou procurar. Agora em qual parte "quase" choraste: da história do Alex (Roberts) ou do Tommy Lee? Mas melhor ainda era o James Earl Jones lá como o treinador, uma coisa meio Darth Vader com seus padawans, hahaha. Abs!

paulo nazareno disse...

rapaz, ainda não revi de novo. haha. Tá na fila. Baixei de um VHS-RIP. Caramba, tem o James Earl Jones mesmo, tem até o Chis Penn. Lembro que achei emocionante toda a competição e do Roberts todo quebrado e lutando. O Tommy Lee depois casou com a Pamela Anderson (RÁ). Taí uma dica pras pessoas procurarem BEST OF THE BEST, acho que é o nome..que virou Operação Kickboxer por aqui. hahah, tudo tava começando a virar Kickboxer por aqui, como já dizia Paulo Zorello.

E dos Mercenários? Ninguém vai comentar nada? hahahhaha.
Falou.