terça-feira, 21 de setembro de 2010

Zombie Strippers

Zombie Strippers. Há tempos que eu queria assistir a esse filme, embora todo mundo me alertasse que se tratava de um lixo. E, de fato, o roteiro tem mais buracos do que as ruas de Belém, os efeitos são os mais canalhas possíveis e as “interpretações” estão no limite do sofrível. Resultado: eu gostei. Sempre falam que existem duas maneiras de se apreciar um filme trash. Uma é amar todos eles incondicionalmente, apenas porque carregam esse estigma. A segunda é ser um caçador de preciosidades, daqueles filmes que nasceram assim, mas superaram as suas limitações e alcançaram outro status. Estou mais para a primeira categoria.
Mas, ainda assim, acredito que houve certa má vontade dos “detratores”– entre eles o companheiro de blog, Fábio Nóvoa. Na trama, uma agência governamental deixa escapar um vírus mortal que provoca a reanimação dos mortos e o primeiro local a ser atingido é um clube de striptease. Ao passo que uma das dançarinas contrai o vírus, ela se transforma em um zumbi que se alimenta de carne humana, mas que, paradoxalmente, se torna a sensação da casa.
Pra começar, adorei o sarcasmo da produção. Bom humor é algo que todo filme trash tem que ter. E o famigerado ex-presidente norte-americano, George W. Bush, foi o alvo principal nesse quesito, em tiradas inspiradas (mas que, obviamente, já nasceram datadas). Além disso, tem Robert Englund compondo um personagem de maneira tão afetada que é impossível não rir ao pensar que aquela tia velha ali é o eterno Freddy Krueger.
Outro “destaque” é a atriz pornô Jenna Jameson como líder das strippers. Ela parece ter saído de um livro da Bruna Surfistinha, só abrindo a boca pra dar lições de moral sobre como uma ploc deve se portar. E o pior é que as strippers não se calam quando se transformam zumbis, ao contrário, mostram todo o seu “girl power”. Aliás, todas as demais moçoilas têm suas historinhas pessoais expostas e devidamente resolvidas no momento em que são infectadas – piadas relacionadas a herpes e outras DST’s correm soltas.
Para finalizar, as partes mais engraçadas dizem respeito àquela máxima de que “homem pensa com a cabeça de baixo”. Isso é muito bem explorado e proporcionam momentos hilários. A rapaziada fica aqui no lugar daquelas loiras burras dos filmes de terror adolescente, que sempre fazem a pior escolha possível num momento de desespero. Nem mesmo com a carne das strippers apodrecendo, eles deixam de achá-las gostosas e rezam por uma dança reservada. Isso é que é ser macho...

domingo, 5 de setembro de 2010

Os Mercenários

Desligue seu cérebro. Tiros, explosões e muita porrada virão a seguir. E alguém esperava algo mais de um filme que reúne Sylvester Stallone, Dolph Lundgren, Jason Statham, Jet Li, Mickey Rourke, Eric Roberts e outros heróis de ação canastrões? Ah, claro, um monte de tiradas engraçadinhas, além de uma desculpa esfarrapada para detonar com um ditadorzinho num país fictício na América Latina, o que acaba servindo como “roteiro”. O resultado dessa gororoba se chama “Os Mercenários”, que, por incrível que pareça, diverte pra caramba.
E diverte por um simples motivo: não se leva a sério em momento algum. Todos ali estão bem à vontade com seus personagens, que nada mais são do que autoparódias. Eles brincam com os clichês do gênero e fazem dessa produção uma grande brincadeira, como uma reunião de amigos tem que ser. Foi uma tacada de mestre de Stallone, que, depois de ressuscitar com êxito os icônicos Rocky e Rambo, precisava de oxigênio para manter sua carreira em alta.
O interessante é que quem esperava por uma homenagem ao cinema de ação oitentista ficou decepcionado. A estética em nada lembra os filmes daquela década. Ao contrário. Perseguições e lutas seguem o estilo Michael Bay, quase causando um ataque epilético em quem tenta entender o que se passa na tela. Felizmente, isso não se aplica quando apenas duas pessoas duelam. Ver Lundgren e Li cara a cara é de dar pulos na cadeira. Além do que a violência é estilizada. O sangue jorra e corpos são despedaçados numa coreografia mórbida, bem plástica mesmo, nada a ver com os anos 80.
Quer outro exemplo? Não há o famoso “exército de um homem só”, típico do período, que consagrou Schwarzenegger, Chuck Norris e o próprio Stallone. Não, aqui o trabalho de equipe é exaltado. Um por todos e todos por um, esse é o lema. E já que eu mencionei o “Governator”, a sua participação no filme, ao lado de Sly e Bruce Willis, já pode ser considerada um marco na história do cinema de ação. Simplesmente hilária. E olha que durou apenas cinco minutos. Talvez em uma continuação a dose se repita. Sly já disse que quer aumentar o espaço de Willis como vilão. Se as obrigações políticas de Schwarza permitirem... E quem sabe dessa vez Van Damme, Steven Seagal e Wesley Snipes não topam a parada. Já pensou?
É preciso destacar também o tempo de tela dado a Gisele Itié, atriz que nasceu no México, mas foi criada no Brasil. Interesse romântico de Stallone, é por causa dela que os mercenários encaram a missão, pois não querem deixar o chefe na mão. Foi uma grata surpresa, um suspiro de feminilidade num mar de testosterona. Para terminar, aquela história de boicote ao filme pelas declarações imbecis de Stallone sobre o Brasil é uma babaquice. Isso ajuda na promoção do filme. Se nem o cara se leva a sério, eu que vou levar? É ruim, hein.

P.S: Eric Roberts talvez seja menos conhecido como herói de ação do que como irmão de Julia Roberts, mas pelo menos na minha memória ele é um herói, pois me lembro dele no filme “Operação Kickboxer”, de 1989. Via essa podreira quando era criança e me divertia horrores. Se você gosta do gênero, vale a pena dar uma procurada nas locadoras ou pela internet. Fora outros clássicos dos “mercenários”, como: “Massacre no Bairro Japonês” (Lundgren), “Cobra” (Stallone), entre outros...