sábado, 22 de maio de 2010

Hora do Pesadelo

O terror deforma o rosto delicado, angelical. O suor mancha a roupa, que gruda no corpo, revelando detalhes da perfeita anatomia. Não adianta correr. Ele vai alcançá-la, está cada vez mais perto. Dá até para sentir a respiração quente e a ânsia assassina daquele maníaco que transformou doces e inocentes sonhos em pesadelos. Uma porta. Uma saída? Pode ser, é preciso tentar. Antes disso, porém, o chão do estreito corredor cede e vira uma piscina de sangue. O vermelho vivo banha a vítima e inunda a tela.
“Cineasta não tem nada a dizer, só a mostrar”. Truffaut conseguiu mostrar em apenas uma frase que era um cara que entendia perfeitamente a essência do cinema. E a afirmação do diretor francês, apesar de poder ser aplicada a qualquer gênero, recebe contornos ainda mais significativos quando se trata de uma obra de horror. O impacto visual, nesse caso, às vezes salva um roteiro fraco e passa ao espectador uma sensação de qualidade que o filme, em geral, não possui.
A cena descrita no primeiro parágrafo pertence à nova versão de “Hora do Pesadelo” e se enquadra muito bem nessa questão do impacto visual. Ela é exibida quase no final e parece que passamos o filme inteiro só para chegar neste momento. Ali está o terror. O resto foi brincadeira de criança, como as garotinhas que cantam “Um, dois, ele vai te pegar...”. Fora isso, um ou dois sustos obrigatórios que nos fazem pular da cadeira e pronto. The end.
Não que o filme seja, de fato, uma “bomba”, como muita gente alardeou. Trata-se de uma produção correta, mas que poderia ser bem melhor do que é, sem dúvida. Tem um problema grave na construção dos personagens, com um início muito confuso e demora a prender a atenção do público, embora traga um assassinato logo de cara. O que conta a favor? Freddy Krueger, claro. A complexidade do vilão é bem trabalhada, tanto antes como depois da ascensão da icônica figura em carne viva e de pulôver listrado em vermelho e preto. Talvez tenha faltado um pouco mais de sadismo e humor negro. Freddy mata rápido demais. Ah, e Haley tem um ótimo desempenho, mas Englund ainda é “o” Freddy.
Não se pode deixar de considerar também o legado da série. Criada em 1984 por Wes Craven, a carreira nos cinemas é longa: sete filmes e um crossover com Jason, de “Sexta-Feira 13”, fora os quadrinhos e outros artigos de cultura pop que sempre acrescentam algo à história do personagem. Enfim, é duro ser original. A base já está aí há tempos e, além disso, é engraçado notar como a franquia se desenvolve de forma mais satisfatória nas mãos do seu “pai”: é unânime entre os fãs que os filmes dirigidos por Craven (1, 3 e 7) são os melhores.
A tarefa entregue a Samuel Bayer (estreante, diretor de videoclipes), portanto, não era simples. Mas ele conseguiu fazer o arroz com feijão e uma cena sensacional, totalmente gore, e apresentou o personagem às novas gerações. Já é alguma coisa.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Radar Trash Recomenda: À Beira da Loucura (In the Mouth of Madness, 1995)


Este filme passou até em Tela Quente, mas permanece subestimado na extensa filmografia do diretor John Carpenter (mais conhecido pela série Halloween e por Starman, mas autor de muitas pérolas do cinema). Na verdade, é uma homenagem do diretor ao terror mais gótico de H.P.Lovercraft.



Sam Neill vive um investigador, John Trent, que é contratado para encontrar um escritor desaparecido e, aos poucos, acaba encontrado, na realidade, as situações que permearam o livro do escritor Sutter Cane, em situações surreais. Um aspecto interessante é saber se tudo que passa na tela acontece na realidade ou se é fruto na insanidade cada vez maior do detetive.



Destaque para os efeitos especiais da Industrial Light e Magic, de George Lucas. Carpenter é dono de um currículo invejável (Eles Vivem, o Enigma do Outro Mundo, Fuga de Los Angeles) e acerta a mão no suspense, apesar de alguns furos pesados do roteiro. O diretor vai do suspense até o trash podreira. Outro destaque é o final pessimista e surpreendente. Jurgen Prochnow rouba a cena quando aparece e Charlton Heston é quase um coadjuvante de luxo. Enfim, mais uma jóia esquecida que merece uma segunda chance.



Cotação: Bom

Trailer:

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Fantasia sexual nerd

Que fã de Guerra nas Estrelas nunca sonhou com a princesa Leia totalmente deliciosa em seu biquini dourado no filme "O Retorno de Jedi"? Se você faz parte desse grupo, saca só esse vídeo que mostra a famosa lavagem de carro por garotas seminuas de um jeito um pouco mais nerd, digamos.